Os usuários do X (Twitter) ficaram revoltados na manhã desta quinta, 4, ao saber que o vereador de São Paulo Thammy Miranda (PL) assinou concordando com a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra o padre Júlio Lancellotti, conhecido por seu trabalho de apoio à população de rua.

A CPI em questão busca investigar Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam com moradores de rua e dependentes químicos da região da Cracolândia, no centro de São Paulo. Um dos alvos é o padre Júlio Lancellotti, que já defendeu Thammy quando este sofreu ataques transfóbicos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O assunto rendeu diversos comentários e posts nas redes sociais:  “Thammy Miranda assinando a CPI contra o padre @pejulio, que o defendeu anteriormente de ataques transfóbicos. O sonho do oprimido é ser o opressor, que tristeza”, lamentou uma. “Ontem parei de seguir o Thammy… Os outros que assinaram, eu nem seguia mesmo, mas pra mim ele foi uma decepção! Essa atitude não cola com o discurso que ele prega no Insta…”, declarou outra.

Uma terceira internauta questionou o político: “Me desculpe @ThammyReal, mas qual é o povo que você representa? Ao assinar o documento solicitando a abertura de uma CPI contra o @pejulio, um defensor atuante de uma minoria (ou maioria) desprezada e desprovida na grande São Paulo, você mostrou que mentiu nesse vídeo que você postou em novembro de 2021. E pensar que o @pejulio lhe apoiou quando você foi atacado nas redes ao fazer uma propaganda do Dia dos Pais. Você caiu e muito no meu conceito. E caiu no conceito de muita gente também”, detonou ela, compartilhando uma filmagem em que o filho de Gretchen falava dos ataques que sofreu.

Gretchen, por sinal, também entrou na história. Ela foi chamada por um usuário do X. “Mulher, faz alguma coisa! Dá uma palmada, bota de castigo, mas faz alguma coisa pelo amor de Deus, porque a coerência passou longe”, escreveu. A rainha do rebolado respondeu dizendo que até então não sabia o que estava acontecendo. “O que??? Pode ficar tranquilo. Vou fazer isso agoraaaaa. Vou chamar ele e saber o que está acontecendo. Não estava sabendo de nada. Venho logo com notícias. Eu se precisar boto de castigo mesmo. Affff mãe sofre!”

Posteriormente, Gretchen se posicionou. “Acabei de ser pega de surpresa por uma notícia que eu não sabia que estava acontecendo [no Brasil], porque moro em Portugal. As pessoas me atacando, me detonando, por causa do negócio de uma CPI contra o centro de São Paulo que o Thammy assinou, disseram que ele assinou uma lei contra o padre”.

“Gente, primeiro lugar, vocês tem que entender que eu sou mãe dele, não dona dele. Em segundo, não adianta me atacar. Tenham calma, a gente não sabe o que é. Eu vou procurá-lo, saber o que está acontecendo, porque hoje eu não caio mais em fake news. Não vou entrar em fake news”, continuou a famosa.

Thammy de fato assinou o documento para a abertura da CPI, protocolada pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil). Porém, em entrevista ao G1, ele afirmou ter sido enganado pelo colega de casa e se disse “indignado” com a situação.

“Nós fomos enganados e apunhalados pelas costas. O documento de CPI nunca citou o padre Julio e usou de uma situação séria para angariar apoio. 90% dos vereadores que assinaram esse pedido não sabiam desse direcionamento político desse vereador [Rubinho]. Eu estou do mesmo lado do padre Julio, de cuidar das pessoas. Lamento essa politização que o vereador fez do assunto e já pedi para minha assessoria jurídica acionar a casa e retirar meu apoio desse projeto”, afirmou.